O fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 55 anos, estava foragido desde a época do crime e falou à imprensa que chegou a dormir em cemitérios para escapar da prisão.
José Maria chegou à sede da PF por volta das 18h, acompanhado pela esposa e por advogados. “Eu estou me apresentando espontaneamente. Isso era para ter acontecido bem antes, mas a Polícia Civil nunca quis me ouvir.
O delegado da Polícia Federal [Alexandre Alves], na hora que chegou em Águas Belas, que procurou minha família, meus advogados, eu me dispus a me apresentar para contribuir com as investigações”, disse.
A PF assumiu o caso em setembro passado, a pedido do Ministério Público Federal e por ordem do Superior Tribunal de Justiça. O delegado Alexandre Alves, que é de Brasília, assumiu o caso em caráter especial.
Na época do crime, ele tinha cabelos bem grisalhos e apareceu nesta terça com os fios pintados. A tintura estava sendo usada para dificultar a identificação. O suspeito não informou os locais onde esteve escondido nos últimos meses.
Eu estava na pior situação que vocês podem crer, não é fácil deixar a família e viver da maneira que vivi um ano, por causa da falta de interesse, de contribuição do estado.
Cheguei a dormir várias vezes dentro de cemitério, dentro do mato e não tinha necessidade de nada disso, porque se o delegado [da Polícia Civil] tivesse mandado uma intimação, eu teria comparecido à delegacia. Nunca quiseram me ouvir”, comentou.
José Maria Pedro Rosendo Barbosa também afirmou que votou no primeiro e segundo turno, o que indica que esteva em seu domicílio eleitoral, em Águas Belas, por duas vezes. A Polícia Federal informou, através de sua assessoria de imprensa, que não vai comentar esse fato, por enquanto. O fazendeiro alegou ainda que é inocente.
“Eu vou ver o que vão me perguntar [no interrogatório], estou pronto para responder. Quero ouvir por que razão estou sendo acusado, porque nunca existiu motivo de eu praticar isso que estão me acusando. Eu nunca dei um bom dia [ao promotor], não conhecia ele”, apontou.
O suspeito recebeu voz de prisão na sede da PF em cumprimento a um mandado temporário, que tem validade de 30 dias, podendo ser renovado pelo mesmo período. Segundo a PF, o depoimento dele na delegacia durou uma hora e meia.
Às 22h, José Maria seguiu para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. Ele ficará em uma área reservada que já foi acertada entre a Polícia Federal e a Secretaria de Defesa Social. Como a investigação corre em segredo de Justiça, o teor do depoimento não será revelado.
Do: Patrulha do Agreste / Fonte: G1 PE
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