terça-feira, 13 de novembro de 2012

Morte de criança causa polêmica em Santa Cruz


 Isthefany da Silva de 3 anos, morreu de edema cerebral,
que pode ter sido causado por uma queda 
Escada que seria o local que a
família acredita que a criança caiu!

 
No último sábado (10/11), o falecimento de uma criança, que residia no bairro do Santo Augustinho, gerou uma grande polêmica pela troca de acusações entre familiares e membros da Creche Júlia Oliveira Aragão, na qual a menor frequentava.

Maria Isthefany da Silva (03 anos de idade) deu sua segunda entrada no Hospital Materno Infantil no último dia 01 de novembro.

Segundo informações do Hospital, até antes de ser transferida para o Recife, ela apresentava um quadro de infecção, acometido de febre alta, convulsões e também apresentou uma parada respiratória seguida de um coma, sendo estabilizada e transferida pelo SAMU. Ela não apresentava qualquer sinal de hematomas causados por uma possível queda, segundo o relatório de uma enfermeira que auxiliou a criança.

A morte de Maria Isthefany, que estava internada no Hospital Otávio de Freitas, foi causada, segundo sua Certidão de Óbito, por diversas complicações em sua saúde: Coma, edema cerebral, crises convulsivas, quadro infeccioso não definido, distúrbio eletrolítico e insuficiência renal aguda.

A partir daqui, os pontos que antecederam até a entrada da menor no Hospital Materno Infantil são divergentes, tanto da família como também de pessoas que trabalham na creche. Entenda cada uma das versões.


O atestado de óbito afirma que a criança sofreu um edemar cerebral 
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Segundo Deusa Ostânio da Silva (avó) e Aline Deyse Soares da Silva, (mãe), Maria Isthefany teria sofrido uma queda em uma escada da creche, fato este que foi relatado, segundo elas, por duas crianças que também frequentavam o espaço.

Para a família, Maria Isthefany teria chegado doente e foi levada, no dia seguinte (31/10) para o Materno Infantil, onde foi medicada e lhes foi atestado que ela estava com suspeita de virose.

No dia seguinte o quadro se agravou, onde ela foi novamente levada para o mesmo hospital e lá sofreu complicações até entrar em coma, sendo depois transferida para o Recife, onde faleceu oito dias depois.

Quando a criança estava internada, a mãe e avó foram à instituição no dia 05/11 e as professoras que estavam na parte da manhã e tarde na creche teriam negado a família que Isthefany teria caído da escada, mas teriam dito que a mesma teria vomitado e teve um mal estar.

A família acusa a creche de negligência, pois, segundo eles, não lhes foi avisado que ela teria caído da escada e também que ela estava doente no dia que foi para casa.

Outro fato apresentado pela família é que não houve o registro de queixa na delegacia. Segundo mãe e avó, isso não foi feito para que a família não passe novamente pelo sofrimento de ter, caso seja pedido, a exumação do corpo para realização de exames. Eles também querem evitar levar o caso adiante, visando evitar brigas judiciais.

“Isso não vai trazer a minha neta de volta e só fará aumentar o nosso sofrimento”, relatou a avó

VERSÃO DA CRECHE

Para Maria Aparecida de Lima, auxiliar administrativa, a criança não teria caído da escada.

Segundo ela, na terça-feira (dia alegado pela família que teria acontecido o incidente), o expediente foi tranquilo e que nada de anormal teria acontecido. Ela afirmou que não foi avisada de nenhum incidente grave.

“A gente não guarda uma coisa dessas. Aqui na creche eu tenho a consciência tranquila”, enfatizou.

Segundo ela, a avó da criança a teria procurado na segunda-feira (05/11), alegando que Maria Isthefany teria sofrido uma queda da escada, fato este relatado por outras duas crianças.

“As professoras garantem que a criança não caiu. Ao meu conhecimento, ninguém viu essa queda”, enfatizou.

Maria Aparecida afirmou ainda que perguntou a todos os professores se algo assim teria acontecido, o que foi negado por todos.

Maria Rizonete de Oliveira, uma das professoras de Isthefany, afirmou chegou às 13h e a menor estava dormindo, sob os cuidados de outra professora. Ao acordar, antes de descer a escada, a criança teria vomitado e foi levada ao banheiro, onde tomou banho.

Quando perguntada se ela apresentava algum hematoma, que parecesse com o de uma queda, Maria Rizonete negou tal afirmação.

A criança fez então a refeição (sopa) e subiu para a sala, onde vomitou novamente e tomou outro banho.

“Olhei para ver se ela tinha febre quando vomitou a segunda vez e não tinha febre”, enfatizou.

Ao ser procurada pela avó, na quinta-feira (05), ela teria perguntado a Maria Rizonete o que houve com a criança. Foi avisado que ela teria vomitado e a avó falou que ela tinha levado uma queda da escada, fato que foi negado por Maria Rizonete.

“Se tivesse caído, a primeira a dizer seria eu”, destacou.

Ao final, a professora pediu uma investigação para o caso, fato pedido por todos os demais funcionários da creche.

A professora da parte da manhã não foi localizada, pois estava na sua folga de trabalho. Um diário de Classe foi apresentado, onde consta algumas faltas da menina dias antes do suposto incidente.



O  QUE DIZ O CONSELHO TUTELAR

Segundo Gilson Julião e Narah Leão, ao receber uma denúncia anônima de que haveria um surto de meningite na creche e que uma queda que teria causado, no mesmo dia (30/11) um Traumatismo Craniano a uma criança, o Conselho Tutelar enviou um ofício para a instituição, cobrando esclarecimentos dos fatos.

O mesmo foi respostado no dia seguinte, afirmando que as alegações de surto de meningite e queda da criança não teriam fundamento.

Ainda no ofício, é relatado que familiares de Maria Isthefany “ficaram induzindo as crianças da mesma sala a falar sobre a possível queda”, onde foi dito que isso era um ato ilegal, já que essas crianças não “sabiam se expressar”, diz o documento.

Caso essa polêmica não seja esclarecida, o Conselho Tutelar irá pedir para que uma investigação seja realizada.



Fonte:  blog  do Ney Lima


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